Estados Unidos

O País

Apesar de muito bem localizado geograficamente, a maior parte do território dos Estados Unidos não tem boa vocação para a produção de vinhos, devido às condições de seu clima.

Apenas na Costa Oeste (West Coast), junto ao Oceano Pacífico, surgem condições favoráveis de plantio, sendo os estados costeiros de Washington, Oregon e California os polos de produção de vinhos, com destaque especial para o último, onde são produzidos vinhos de qualidade mundial.

Entretanto, hoje se produz vinho em todos os 50 estados americanos, e o país é o 4º produtor mundial em volume, atrás da França, Itália e Espanha. O total de vinhedos americanos chega a 4.500 km2, colocando-os em 5º lugar no mundo.

AVA – Apelações Geográficas

Hoje se produz vinhos em todos os estados, num total de mais de 3.000 vinícolas em operação. Desde 1980 utiliza-se o conjunto de regras AVA (American Viticultural Areas) para organizar as regiões de produção com relação aos seus diferentes climas e características geográficas, chegando a 198 apelações oficiais em 2010. A maioria se refere a estados e municípios, claramente indicando uma procedência. A primeira AVA reconhecida foi em Augusta, Missouri, em 1980.

Uma AVA define basicamente uma localização geográfica específica, com características definidas, onde pelo menos 85% das uvas é utilizada para produzir os vinhos locais. O conceito das AVAs se parecem mais com uma denominação IGT italiana ou os Vin de Pays franceses que uma DOC clássica européia. Não há limitação de variedades de uvas utilizadas, rendimentos de vinhedos ou métodos de vinificação, apesar de várias delas estarem baseadas neste tipo de critério para sua definição junto ao organismo de controle como o diferencial para justificar sua existência.

Para a criação de uma AVA é necessário cumprir as diretrizes básicas:

• Comprovação de que o nome proposto é conhecido local ou nacionalmente como referência da área em questão;

• Fatos históricos ou atuais que corroborem a delimitação proposta;

• Dados que confirmem que o clima, o solo, o relevo e outras características físicas da região de plantio sejam relevantes e definam uma personalidade.

Apelações comunais exigem um mínimo de 75% de uvas ali produzidas, uma AVA exige 85%, mas os estados podem regular de forma diferente. A Califórnia exige 100%. É permitido o uso de denominações estrangeiras como Borgonha, Chablis, Porto, Sauternes, para vinhos pretensamente similares, desde que se associe o termo American, mas organismos americanos e internacionais vêm trabalhando para eliminar essa prática.

História

A história do vinho nos Estados Unidos é antiga, pois desde seu descobrimento se tentou produzir vinhos com as variedades locais (Vitis labrusca, Vitis riparia, Vitis rotundifolia, Vitis vulpina, e Vitis amurensis), uvas comuns, conhecidas como americanas, que geravam vinhos simples e pouco saborosos.

A partir de 1619 começaram a vir mudas de uvas viníferas e enólogos da Europa, para tentar produzir vinhos de qualidade como os franceses, inicialmente na costa leste, com resultados medíocres principalmente pelo cruzamento com as uvas nativas.

O trabalho com uvas viníferas na Califórnia foi iniciado por missionários franciscanos em San Diego, em seguida estendido para Sonoma em 1805. Os resultados foram fracos em qualidade, sendo baseados na uva vinífera Missión. Nessa época produziu-se em Ohio um espumante baseado na uva Catawba.

A vigência da lei seca atrasou o aprimoramento do vinho americano, sendo esse trajeto retomado apenas em 1935, após produção de uvas de mesa e apenas vinhos suaves baratos. A partir daí várias pesquisas de universidades levaram à identificação de variedades melhor adaptadas às regiões, realizaram-se seminários de e cursos enologia e o vinho americano cresceu em qualidade e volume, tendo seus consumidores evoluído o paladar e o perfil de consumo.