O blog experimentou o vinho argentino Carmelo Patti, da casta de uvas Cabernet Sauvignon, bastante conhecido na região de Mendoza, Argentina.
Clássico e aromático, o Carmelo Patti foge do conceito comum do mercado, lembrando um estilo italiano, porém mais frutado no aroma. O aroma no olfato evolui na taça, com destaque em aromas extremamente complexos de ameixa preta, cerejas, frutas vermelhas, notas hebrais, café, chocolate e açúcar mascavo. O paladar revela uma acidez viva e bastante intensa, mas que harmoniza com seus marcantes taninos, verdes, um pouco herbais, enquanto o álcool se apresenta na medida correta com o corpo necessário para levar o conjunto, descendo suavemente na garganta.
É um vinho intenso, agudo, marcante, mas de maneira suave, lembrando folhas secas, com persistência. Demonstra um enorme potencial para guarda. Quando feita, pode apresentar aromas e sabores de framboesa.
ORIGEM: bodega de El Lagar e os vinhedos Luján de Cuyo, Mendoza;
COMPOSIÇÃO: totalmente feito com uvas Cabernet Sauvignon;
ÁLCOOL: 13°;
ENVELHECIMENTO: 12 meses em carvalho francês.
O Vinhedo
Lujan de Cuyo é um dos lugares mais conhecidos de Mendoza. Localizado na parte alta do Rio Mendoza, a 20 km da cidade de Mendoza, suas características principais são vinhedos de 800 a 1200 metros, vinícolas centenárias, edifícios tradicionais e outras coisas especiais. Apesar de ser o berço dos melhores Malbecs no mundo, também produz ótimas safras de Cabernet Sauvignon, as quais são origem de nosso falado Carmelo Patti.
Vinificação
Carmelo Patti ficou famoso pela produção dos “vinhos de autor” ou “vinhos de garagem”, produzindo vinhos de maneira artesanal, inicialmente, na própria garagem.
Carmelo é um produtor que pertence a uma tradição alternativa, pois consegue ter controle sobre a sua produção que gira em torno de 55 mil garrafas por ano. É ele também quem acompanha de perto o cultivo de seus 8 hectares de videiras. Assim, é protagonista em tempo integral de seus vinhos com produção limitada.
Patti não embarcou em tendências modernas em que os produtores priorizam a utilização da madeira, entregando vinhos obscuros e demasiadamente pesados. Em sua bodega, El Lagar, não é todo o volume de vinho que passa por barricas, e quando passa, estas, em sua maioria, são usadas. Outro importante elemento é a utilização de tanques de concreto, que substituem a madeira na micro oxigenação. O concreto permite que o vinho amadureça sem adquirir características que alterem o sabor e a estrutura, tendo assim um vinho que conserva a vivacidade e o frescor, onde subsistem os elementos da fruta.
Outro ponto fundamental é a complexidade tida pela guarda, amadurecimento e longevidade de seus vinhos. Sabendo que seus vinhos atingem o auge quando possuem certa idade, Patti lança seus vinhos de maneira tardia, fazendo com que o vinho chegue aos consumidores quando estão entrando no ápice do processo de envelhecimento. Para ter uma ideia, o Gran Assemblage 2004 foi engarrafado em setembro de 2008, e as garrafas descansaram na bodega até 2012.
A guarda e o amadurecimento deixam o vinho com uma estrutura mais macia e refinada. Isto só é possível porque, com o tempo, a acidez, os taninos, os açúcares e o álcool vão perdendo sua intensidade e as possíveis arestas da estruturam entram em equilibro.
Dessa forma, é perceptível a elegância em que cada elemento aparece tanto nos aromas como na estrutura, um após o outro, de maneira leve e intensa ao mesmo tempo, sem um sobrepor ou apagar o outro. Enfim, uma verdadeira obra de arte.
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