Apostila do Vinho

VINHO NA ATUALIDADE

O vinho na Europa é considerado um dos 23 produtos da cesta básica do europeu. É, ainda hoje, uma moeda forte que movimenta cifras e valores gigantescos, e ajuda a sustentar algumas economias de grandes países. Agrega valores não só ao líquido que amamos, mas também às indústrias paralelas, como vidraçaria, corticeira, agricultura. Tudo isso para atender melhor um público cada vez mais exigente.

Mesmo com a queda de consumo na Europa, onde se está trocando a bebida dos deuses por cerveja e destilados, o vinho tem mantido certo equilíbrio entre oferta e procura. Hoje temos um alto crescimento de consumo da bebida nos novos continentes (América, África e Oceania). Diante dessa realidade, é sabido que ninguém abre mão de degustar um bom vinho, o que leva os produtores a melhorar cada vez mais a qualidade da bebida.

No Brasil consome-se 2 litros por habitante/ano, número pouco significativo considerando o potencial do mercado nacional. O que falta ao brasileiro é um pouco mais de informação, sobre essa arte, proposta de nosso curso, qual seja, degustar, saborear a bebida. Tudo com prazer, pois só quem degusta um bom vinho sabe o valor desta obra que a natureza nos deu.

Veremos que no mundo do vinho tudo é mágico: sabores, olfato, visão. Seria injusto não falar sobre os diversos profissionais que trabalham com a bebida. Não se pode chamar de sommelier ou enólogo a pessoa que aprecia vinhos. Cada um tem suas atribuições, desde apreciadores a estudiosos. Todos envolvidos com esse mágico líquido, mas cada um com objetivos diferentes.

E não podemos deixar de falar no profissional garçom, que também é um dos principais responsáveis pelo aumento no consumo de vinhos, agregando renda significativa aos seus salários. O profissional garçom sabe agregar a uma garrafa de vinho uma boa entrada, um grande prato, uma água e sem comentar outras opções que podem acompanhar esta bebida que no final se transformara em uma boa comissão.

 

OS PROFISSIONAIS DO VINHO

– Sommelier:profissional de restaurante encarregado dos vinhos, desde a elaboração da carta, compra e manutenção do vinho na adega, aconselhamento do vinho aos clientes e o respectivo serviço à mesa. Algumas boas delicatessem também contratam sommeliers para auxiliar clientes em suas compras. Porém, sua principal e mais difícil tarefa são a de fazer o aconselhamento do vinho que melhor se harmonize com o prato solicitado.

-Enófilo: palavra de origem grega que significa “amigo do vinho” (enos = vinho + filos = amigo), ou seja, todas as pessoas amantes do vinho, incluindo aí os profissionais acima e obviamente os consumidores.

– Enólogo: profissional de nível superior das vinícolas, encarregado das diversas e complexas etapas da criação dos vinhos, desde a concepção, passando pela seleção das uvas, elaboração do produto em cantina, até o engarrafamento.

A VIDEIRA

Tem como definição planta arbustiva trepadeira com ramos flexíveis e longos. Existem 5.000 catalogadas e somente perto de 50 delas interessam aos enólogos. Existem duas principais:

1) A européia:do gênero botânico vitis, com o nome especifico de vinífera. É a videira ideal para se produzir bons vinhos, pois seu fruto tem o teor de açúcar em proporções ideais.

2) A americana:o mundo do vinho atual não viveria sem ela. Possui baixo teor alcoólico, alcançado na fermentação. É utilizada na produção de uvas de mesa e em vinhos de baixa qualidade. Entre os anos de 1865 e 1885, uma praga chamada de Phyloxera dizimou as videiras européias no final do século XIX, como a videira americana é resistente a esta praga, o que não ocorreu com a européia, criou-se a pratica de se fazer o enxerto onde temos uma planta resistente a praga e com qualidade na produção de bons frutos. Uma videira só tem condições de dar bons frutos (qualidade) para a fabricação de vinhos após o quarto ou o quinto ano, ela produz até 30 anos. Na América existem videiras com mais de 100 anos de cultivo, graças ao solo especial e por não ter sido atingida pela Phyloxera.

UVAS BRANCAS

  • Chardonnay: é considerada a mais nobre das uvas brancas tem sua origem na França na região de Borgonha, apresentas bom potencial para a produção de açúcar, mas conserva sua acidez. Uma das poucas uvas brancas que pelo seu corpo pode ser trabalhada em tonéis de carvalho. Uva de característica seca. Muito usada para se fazer espumantes e vinhos licorosos.
  • Gewurztraminer: originária da Alemanha apresenta um grande potencial de produção de açúcar e com fortes características aromáticas. Mas, muito fácil à podridão, sendo que seus vinhos quando produzidos em uma região com grande precipitação de chuvas são magros e aguados, no clima muito quente seus vinhos são pesados e sem elegância.
  • Moscato: uva de provável origem no oriente médio e com grande serie de variedades. Pode dar origem a vinhos secos e vinhos licorosos A região do nordeste brasileiro, no Vale do São Francisco, produz espumante doce com essa variedade de uva graças ao seu potencial de açúcar e seu sabor intenso e delicado.
  • Riesling Itálico: não se sabe a origem.Cultivada em países como França, Alemanha, Itália e Romênia, quando não se encontra madura produz vinhos fracos e ácidos, mas quando esta madura produz um ótimo vinho equilibrado, delicado, fresco e aromático. É um vinho para ser consumido jovem.
  • Sauvignon Blanc: grande possibilidade de sua origem ser da região central ou sudoeste da França. Tem como característica a qualidade de seus vinhos secos, leves e refrescantes. Também são utilizados na produção de grandes vinhos licorosos como os botritizados.
  • Sémillon: tem sua origem na região de Bordeaux, França, produz vinhos secos com boa qualidade e como a sauvignon blanc também produz bons vinhos licorosos como os botritizados.

 

 

 

 

 

UVAS TINTAS

  • Cabernet Sauvignon: também originária da região de Bordeaux, França. É considerada a rainha das uvas tintas e uma das mais difundidas no mundo, se adapta muito bem em diversas regiões. Vinho de boa estrutura tânica e coloração intensa quando suas uvas se encontram maduras, demonstra qualidade quando fermentado em tonéis de inox ou envelhecido em tonéis carvalho.
  • Cabernet Franc: também originária no sudoeste francês, tem poucas características da sua prima Cabernet Sauvignon, seu potencial de açúcar e acidez é menor, é um vinho leve e menos encorpado, recomendado para ser consumido novo.
  • Gamay: sua origem vem da região de Borgonha, França. Vinho geralmente muito jovem, fresco e com acidez um pouco elevada, pouco tanino e com cor violeta, é recomendado que seja consumido jovem, mas há produtos de qualidade para envelhecimento.
  • Malbec: outra uva da região sudoeste da França, conhecida na região com Cot. É a principal uva Argentina, pois onde se adaptou muita bem. Vinho de coloração intensa, tânico e encorpado, ótimo para ser trabalhado em tonéis de carvalho para envelhecimento. Com a maturação inadequada pode transmitir para o vinho certo amargor.
  • Merlot: Uva da região de Bordeaux, França. Quando colhida na época certa e madura proporciona vinhos redondos, potentes, aveludados, ricos em álcool, de coloração intensa, ótimo quando trabalhado em barricas de carvalho como em tonéis de inox. Uva que tem qualidade para produzir vinhos varietais e que também pode ser misturado com outras. Principalmente com a Cabernet Sauvignon.
  • Pinot Noir: uva originária da Borgonha, França. Cultivada em condições favoráveis, produz um vinho potente, fino, complexo, pouco ácido e com pouca cor. Em cultivo não favorável tem uma estrutura fraca. Também é usada para espumantes e champagne.
  • Syrah/Shiraz: sua origem provável seja do vale do rio Rhône, França. Quando elaborado com uvas maduras, produz vinho com bom potencial alcoólico, possui cor intensa, aromática, fino e complexo. Vinho tânico, estruturado e com ótima acidez.

·Tannat: outra uva do sudoeste da França, vinho estruturado e de cor intensa, geralmente ácida, dura. Com uvas maduras e envelhecidas em barricas de carvalho torna-se um vinho relativamente redondo e agradável. Ótimo vinho para envelhecimento.

 

  • Carmenere: uva originária da França, usada antes que a Phyloxera Vastatrix exterminasse as videiras da Europa misturada com outros vinhos. Foi exportada para Chile com o nome de Merlot, muito parecida com esta. Ficou esquecida de todos e já era considerada com extinta. Somente nos anos noventa é que foi redescoberta no Chile, conhecida como merlot de colheita tardia. Pois, demorava mais tempo para ser colhida. Uva de característica agradável, cor rubi, bom corpo. Quando o vinho é elaborado com uvas maduras torna-se um vinho aveludado, com estrutura agradável.

 

A TEMPERATURA IDEAL

Vinho tinto

Envelhecidos e encorpados 16°C a 18°C

Não envelhecidos, mas encorpados 14°Ca 16°C

Jovens e pouco encorpados 12°C a 14°C

Vinho branco

Secos, envelhecidos e encorpados 12°Ca 14°C

Secos, jovens e leves 6°C a 10°C

Suaves e doces 4°C a 6°C

Vinho rose

Todos de modo geral 6°C a 10°C

Vinho espumante

Brut 6°C a 10°C

Demi-sec e doce 4°Ca 8°C

 

ROLHAS

Apesar do surgimento de rolhas sintéticas e de metal, e dos problemas que as rolhas de cortiça podem gerar, a casca do sobreiro ainda é a matéria-prima mais usada para vedar vinhos. Perto de 90% das rolhas são de cortiça.

Os maiores produtores de cortiça no mundo são: Portugal, Espanha, Marrocos, França, Tunísia e Itália.

Perto de 5% das rolhas de cortiça são responsáveis pelo bouchonée em francês ou em português o conhecido gosto de rolha o responsável por tudo isso é um fungo que tem sua origem nas rolhas.

A polemica em relação ao fungo, o medo de que um dia o sobreiro acabe já que só permite retirar sua casca (a cortiça) a cada nove anos, entre outros fatores, deixaram o consumidor em duvida e abriram a porta para a entrada dos fabricantes de rolhas alternativas no mercado.

No mundo alguns paises já estão usando a rolha alternativa sintética nos vinhos jovens e tendo boa aceitação no mercado, paises como Chile, Argentina, Estados Unidos, África do Sul, Austrália , entre outros

O SERVIÇO DO VINHO

O serviço do vinho envolve uma série de procedimentos que, embora possam parecer óbvios à primeira vista, quando observados em seu conjunto maximizam o prazer que se pode usufruir do vinho.
O conhecimento do serviço do vinho, aliado aos conceitos teóricos e práticos que se deve ter sobre essa bebida, não deve ser negligenciado. Assim, saber escolher o vinho, onde comprá-lo, como ler o rótulo (um assunto bastante complexo, pois cada país produtor tem a sua legislação), qual a forma e a cor que a garrafa daquele determinado vinho deve ter, se ela foi bem armazenada e se é de uma boa safra, são conhecimentos importantes.

O ARMAZENAMENTO

As condições de armazenagem ou guarda do vinho são muito importantes e não devem ser negligenciada, sob pena de deterioração do vinho, perda de suas características ou evolução irregular.
Caso não se tenha uma adega climatizada para manter os vinhos em condições ideais (15°), deve-se utilizar um lugar da casa que seja fresco (face sul), arejado, sem odores estranhos, escuro, sem trepidação e com pouca variação de temperatura.

As garrafas devem ser colocadas deitadas, de tal forma que se evite o ressecamento das rolhas e conseqüente invasão de oxigênio nas garrafas, o que oxidaria o vinho. Os vinhos brancos são colocados na parte inferior e os tintos, na superior, pois resistem melhor às temperaturas mais altas. .

SERVINDO O VINHO

 

Cápsula e rolha
Caso não seja necessária a decantação, a abertura da garrafa é o passo inicial do serviço do vinho. Para tanto, devemos remover a cápsula que envolve a rolha e, a seguir, sacar a própria rolha. A cápsula é, geralmente, manufaturada em chumbo ou estanho, podendo também ser encontrada em alumínio e plástico. Há uma tendência, principalmente nos países produtores do Novo Mundo, de abolir-se a cápsula e de o bocal de vidro da garrafa vir com uma ligeira saliência no gargalo; nesses casos a rolha é protegida por uma camada de cera.

A cápsula deve ser cortada logo abaixo da rolha. Para tanto, utliza-se o desencapsulador (pequeno aparelho circular com lâminas internas que envolvem a cápsula) ou uma lâmina que geralmente acompanha o saca-rolhas ou, ainda, uma faca. Ao final da operação, limpa-se o gargalo com um guardanapo de papel.

A retirada da rolha deve ser feita com um dos vários modelos de saca-rolhas existentes no mercado. O de sistema screwpull com espiral longa é tido como o mais eficiente e funciona girando a alavanca até que a ponta da espiral se fixe na rolha, movimento que deve continuar até que o tracionamento extraia totalmente a rolha. O saca-rolhas clássico de alavanca é muito usado, e sua espiral deve ter 5 voltas completas, suficientes para extrair sem dano as rolhas maiores que tampam as garrafas dos grandes vinhos.

 

A Decantação
A decantação deve ser usada em dois casos: nos vinhos tintos de guarda que estiveram na garrafa por muitos anos e que apresentam borra, e nos vinhos tintos jovens, que muito se beneficiam da aeração que ocorre durante a trasfega da garrafa para o decanter.

Quanto aos vinhos brancos, não há unanimidade sobre o assunto. A maior parte dos conhecedores não vê sentido em se decantar um vinho que não apresente borra; já alguns acham que os grandes brancos devem ser decantados para que a aeração ajude a liberar os aromas.
O decanter é uma garrafa de cristal ou vidro. Para se decantar um vinho, deve-se colocá-lo em pé por algum tempo, até que os sedimentos em suspensão ou borra se assentem no fundo da garrafa. Depois, verte-se suavemente — mas de uma só vez — o vinho da garrafa para o decanter, iluminando-se o gargalo da garrafa com uma vela, de modo a verificar se a a borra está acompanhando o vinho decantado e não permitir que isso aconteça. Assim, a borra ficará na garrafa enquanto o vinho límpido passará para o cristal. Deve-se colocar a garrafa vazia do vinho ao lado do decanter para que se identifique o vinho que será bebido.

A Prova e os Copos
O primeiro a provar o vinho é o anfitrião. No restaurante, o vinho é provado por aquele que o escolheu. No copo só devemos colocar até a metade, de tal forma que a parte superior fique plena de ar, o que em muito contribui para a apreciação olfativa do vinho, que ganha na abertura de seus aromas. A exceção é a taça de champagne tipo flûte , que deve ser totalmente preenchida de Champagne ou espumante, já que o CO2 da bebida se encarrega de levar o bouquet até a superfície, não sendo necessário que a taça seja agitada. Além disso, a pérlage (bolhas) do Champagne pode ser mais bem apreciada com a taça cheia.

A escolha do copo é fundamental para o bom serviço do vinho, e a estética e a funcionalidade são os critérios a serem observados. De um modo geral, os copos devem:

* Ter bom tamanho (melhor grande do que pequeno);
* Ser liso e de fina espessura (nada de arabescos e lapidação);
* Ter pé alto (para que possamos pegá-lo pela haste, sem deixar marcas no copo ou aquecê-lo);
* Ser incolor (para que possamos apreciar melhor o vinho);
* Ter paredes curvas e bordas fechadas (para melhor apreciação dos aromas. Novamente, a flûte é a exceção).

A Ordem do Serviço dos Vinhos
Algumas regras que devem ser observadas quanto à ordem do serviço:

* Vinhos secos antes dos suaves
* Brancos antes dos tintos
* Brancos jovens antes dos brancos maduros
* Tintos jovens antes dos tintos envelhecidos
* Vinhos ligeiros antes dos encorpados
* Vinhos esfriados antes dos bebidos à temperatura ambiente

LENDO O RÓTULO

O rótulo é o principal meio que um produtor dispõe para passar informações ao consumidor. Se formos verificar, veremos que se trata de uma conquista recente, pois até 1860 os vinhos eram vendidos sem rótulos, sendo que toda a informação existente estava gravada na rolha.

O número de informações contidas nos rótulos cresceu de forma expressiva nos últimos anos. É preciso considerar que cada país adota critérios legais específicos sobre o que deve constar nos rótulos de seus vinhos. Há, porém, alguns dados que costumam sempre aparecer:

1 – País de origem
2 – Conteúdo da garrafa em ml
3 – Teor alcoólico
4 – Nome do produtor ou do negociante
5 – Safra

Há países que adotam o critério geográfico para denominar seus vinhos, ficando subentendida a varietal usada, o que acontece na França (com exceção da Alsácia) e na Itália. Assim, se você estiver tomando um Beaujolais (nome de região) está implícito que ele foi produzido com a uva Gamay; se for um Borgonha tinto, ele será, necessariamente, um Pinot Noir, embora nada esteja escrito no rótulo.

Outros países e isto estão sendo cada vez mais comum identificam o vinho pela variedade preponderante da uva utilizada. Usa-se, então, o critério varietal. Utilizam este critério a Califórnia, Austrália,Argentina, Uruguai, Chile, África do Sul, Austrália, Europa Central e o Brasil na categoria de vinhos finos

 

A COMPATIBILIZAÇÃO VINHO/COMIDA

O perfeito casamento vinho/comida talvez seja o ponto mais controverso do tema vinho. A diversidade de vinhos e pratos é muito grande e as combinações possíveis, enormes. Além disso, aos critérios puramente técnicos, devem somar-se os “casamentos” culturais ligados à tradição dos grupos humanos (e que, às vezes, colidem com as normas técnicas) e o gosto subjetivo, pessoal, de cada um, que não pode ser negligenciado: afinal, o vinho é antes de tudo prazer.

Há também os “casamentos difíceis”, em que os obstáculos principais são os ingredientes que freqüentam algumas cozinhas regionais. Os pratos orientais (cozinha indiana, chinesa, japonesa, coreana, tailandesa e árabe esta última plena de limão e cebola crua) são de difícil acompanhamento. Pratos em que a presença do vinagre, frutas cítricas, ovos, aspargos, alcachofra e chocolate são marcante, também um desafio para os vinhos.

Algumas regras gerais devem ser guardadas e funcionam: carne vermelha e caça com vinho tinto; peixes e frutos do mar com brancos. Caso queiramos fazer a escolha de forma eminentemente técnica, podemos justapor as características organolépticas da comida e da bebida e analisarmos se funciona. Desta forma, a combinação pode ser feita por semelhança ou oposição.

COMBINAÇÃO POR SEMELHANÇA

Vinhos com aromas discretos > comida pouco condimentada
Vinhos com aromas potentes > comida com boa presença aromática
Vinhos jovens e frutados > pratos simples e rústicos
Vinhos velhos e encorpados > pratos refinados
Vinhos leves > pratos com molhos magros
Vinhos mais estruturados > pratos com molhos suculentos

COMBINAÇÃO POR OPOSIÇÃO

Deve-se levar em conta os seguintes critérios:

açúcar atenua a acidez
A acidez atenua a gordura
A suculência atenua o tanino

GLOSSÁRIO DO VINHO

Veja os termos mais utilizados e os verbetes básicos para quem está iniciando seu aprendizado da bebida

 

· ACIDEZ – essencial para a vida e vitalidade de todos os vinhos. Num vinho de mesa seco e equilibrado deve estar entre 0,6% a 0,75% do volume.

·ADSTRINGÊNCIA – sensação de boca seca ou “amarrada”, como aquela causada por frutas ainda verdes. É um fenômeno que causa a contração das mucosas.

· AERAÇÃO – exposição do vinho ao ar ambiente. O mesmo que deixar o vinho “respirar”.

· AROMA PRIMÁRIO – sensação olfativa que lembra uvas frescas e maduras.

· AROMA SECUNDÁRIO – sensação olfativa resultante da fermentação.

· AROMA TERCIÁRIO – também chamado bouquet, é a sensação olfativa que o vinho desenvolve depois de engarrafado e envelhecido.

· BLANC DE BLANCS – significa vinho branco feito de uvas brancas.

· BLANC DE NOIRS – significa vinho branco feito de uvas tintas.

· BODEGA – equivalente espanhol para vinícola.

· BOTRYTIS CINEREA – um fungo benéfico e até desejável que ataca as uvas sob certas condições climáticas. Elas perdem a água e concentram açúcar e ácidos.

· BOUQUET – ver Aroma Terciário.

· BRIX – unidade de medida do conteúdo de açúcar da uva, indicando o grau de maturação. Outras unidades são denominadas Oechsle e Baumé.

· BRUT – termo reservado para espumantes, significando seco.

· CAVA – vinho espumante espanhol produzido pelo método champenoise.

· CHAPTALIZAÇÃO – adição de açúcar ao mosto afim de elevar o teor alcoólico do vinho.

· CHÂTEAU – este termo, seguido de um nome próprio, equivale em Bordeaux à uma propriedade destinada à produção de vinhos.

· CORPO – a impressão de peso ou plenitude na boca, resultado da combinação de álcool, glicerina e açúcar.

· CRIANZA – Reserva e Gran-Reserva – são termos que indicam, em ordem ascendente, o tempo de maturação de vinhos espanhóis no carvalho e na garrafa.

· CRU- um vinhedo específico ou zona delimitada com aptidão para produzir um vinho de características particulares e originais.

· DECANTAÇÃO – passagem lenta do vinho da garrafa para um outro recipiente chamado decanter. Serve para separar eventuais sedimentos do vinho ou para aeração.

· DIÓXIDO DE ENXOFRE – ou anidrido sulfuroso (SO2). Composto químico adicionado no processo para evitar a oxidação do vinho. Tem também propriedades anti-sépticas.

· ENÓFILO – pessoa que aprecia e estuda os vinhos.

· ENÓLOGO – especialista da ciência do vinho e da vinificação. Certas praticas enológicas não podem ser efetuadas sem a presença e controle de um enólogo.

· EQUILÍBRIO – relação harmoniosa entre ácidos, álcool, fruta, tanino e outros elementos naturais encontrados no vinho. Nenhum deles deve ser dominante.

· FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA – processo bioquímico pelo qual leveduras convertem o açúcar (glicose, frutose) em álcool e gás carbônico. Transforma suco de uva em vinho.

· FERMENTAÇÃO MALOLÁTICA – fermentação secundária que ocorre com a maioria dos vinhos, convertendo ácido málico em lático para reduzir a acidez total.

· GOSTO DE ROLHA – um substância chamada TCA transmite aleatoriamente à alguns vinhos um gosto de mofo permanente através da rolha. È o chamado vinho “bouchonné”.

· LÁGRIMAS – ou “pernas” que escorrem na parede dos copos depois de beber, resultam da diferença da velocidade de evaporação entre a água e o álcool.

· LATE HARVEST – essa expressão no rótulo indica um vinho feito com uvas colhidas tardiamente, com alto teor de açúcar. Normalmente um vinho de sobremesa.

· LEVEDURAS – micro organismos que produzem enzimas responsáveis pela fermentação, convertendo o açúcar em álcool.

· MACERAÇÃO – durante a fermentação, o contato das cascas e sólidos com o vinho, onde o álcool age como um solvente para extrair a cor, taninos e aroma das cascas.

· MACERAÇÃO CARBÔNICA – fermentação das uvas tintas inteiras, não prensadas, numa atmosfera de dióxido de carbono (exemplo: Beaujolais Nouveau)

· MÉTODO CHAMPENOISE – processo no qual o vinho base sofre a segunda fermentação na própria garrafa para formar as borbulhas. É o único método utilizado em Champagne.

· MÉTODO CHARMAT – processo de produzir vinhos espumantes com a segunda fermentação feita em tanques pressurizados.

· PHYLLOXERA – um pulgão que ataca as raízes das videiras. Causou a devastação mundial das vinhas no final do século 19.

· QUINTA – propriedade produtora de vinhos em Portugal.

· RETROGOSTO – identifica o aroma e sabor deixado pelo vinho na boca após ser engolido. Grandes vinhos têm retrogosto rico, complexo e prolongado.

· TANINO – substância natural encontrada no vinho, essencial para a estrutura dos tintos. É derivado principalmente das cascas, sementes e engaços. Tem um sabor adstringente.

· TERROIR – meio ambiente com características próprias para produzir vinhos originais e de qualidade. Constitui um dos fundamentos dos sistemas de denominação de origem.

· VINHO DO PORTO – o vinho fortificado mais renomado do mundo. Produzido nos estilos Ruby, Tawny (básico, com idade e colheita), LBV, Vintage Character e Vintage.

· VINHO FORTIFICADO – denota um vinho que teve seu teor alcoólico aumentado pela adição de aguardente vínica (exemplos: Vinho do Porto, Jerez, Madeira, VDN).

· VINHO VARIETAL – vinho identificado com o nome da variedade da uva no rótulo. É preciso que exista um mínimo dessa uva, normalmente 75% na maioria dos países.

· VINTAGE – vinho de um determinado ano. Pode também significar Colheita. O Porto Vintage é o estilo mais raro e caro desse vinho fortificado do Douro.

· VITIS VINIFERA – espécie botânica de uvas destinadas à produção de vinhos de qualidade, com milhares de variedades. Na pratica, são utilizadas cerca de cinqüenta. É o nome científico das vinhas européias.