Famosos por seu sabor peculiar, os vinhos Amarone nasceram a partir de um descuido. Há mais de meio século, durante o processo de vinificação de um Recioto, vinho de sobremesa feito a partir das uvas Corvina, Corvinone, Randinella, Oseleta e Negrara, os profissionais esqueceram de interromper a fermentação de um barril.
O Recioto precisa passar pouco tempo fermentando, para que o açúcar não se transforme todo em álcool, mantendo seu perfil adocicado. Acontece que ao esquecerem um barril durante a fermentação, o resultado foi a maior concentração de álcool e um vinho mais seco.
A bebida, porém, agradou os enólogos com seu sabor amargo mas com toques adocicados. O nome Amarone veio, inclusive, dessa nova característica – em italiano amargo se diz “amaro”.
Fabricação
O apreço pelo vinho “errado” o tornou uma nova categoria. Os vinhos Amarone della Valpolicella tem a certificação DOCG ( Denominazione di Origine Cotrollata e Garantita), o que determina a região onde as uvas podem ser cultivadas e quais podem ser usadas na fabricação do vinho.
O Amarone deve, obrigatoriamente, conter 40% a 80% de uva Corvina Varonese e 5% a 30% da uva Randinella, ainda é possível se ter até 25% da Molinara. Mas as variações da bebida podem conter em menor quantidade uvas Rossignola, Trentino, Barbera, Sangiovese e Negrara.
Características
O blend de uvas e o processo de vinificação torna o Amarone uma bebida com cor vermelho rubi, aroma com nuances de cereja, nozes e frutas negras. Seu sabor é regido pelo amargor, mas se mantém aveludado e equilibrado. Quando envelhecido, o vinho pode chegar até 17% de teor alcoólico.
O ideal é servir o Amarone entre 18º e 20º. A bebida harmoniza bem com carnes vermelhas e queijos fortes.