Italia

O vinho italiano reflete o país. Com forte personalidade e único, não se submete a regras e está em constante evolução. A Itália é hoje o maior produtor mundial de vinhos.

Em 1963, uma Lei criou o sistema de Denominação de Origem Controlada (DOC) e isso representou um marco na evolução dos vinhos italianos. Em 1992 uma nova lei complementou a regulamentação, criando a Indicação Geográfica Típica (IGT).

Costuma-se dizer que a Itália tem mais de 5000 vinhos diferentes. Desses, somente 13% são de Denominação de Origem Controlada. Os demais são Vini di Tavola (vinhos de mesa).

Os italianos consomem: 49,3 litros/por pessoa/ano, segundo dados do Office Internacional de la Vigne e du Vin (OIV) de 2008.

 

Atualmente a lei divide os vinhos em quatro categorias:

 

Vini di Tavola – vinho do dia-a-dia, pelo menos é a impressão que nos passa. Infelizmente não é tão simples assim. Alguns dos grandes vinhos como Solaia, Tignanello participam dessa categoria, por não se enquadrarem nas regras da DOC. Isso porque mesclam variedades típicas italianas com variedades francesas, ou não permitidas numa determinada região. O próprio Sassicaia, só foi enquadrado na DOCG em 1995.

 

Indicazione Geografiche Tipiche (IGT) – Produtos produzidos em determinadas regiões, com regras menos estritas do que as categorias superiores. Há cerca de 150 IGT.

 

Denominazione di Origine Controllada (DOC) – Alguns bons vinhos ostentam a DOC em seus rótulos. Como em outros países, há denominações melhores do que outras, há exemplares bons e outros não tão bons.

As regras rígidas indicam a região de produção, os tipos de uvas permitidas e que tipo de vinho pode ser elaborado (branco, tinto, rose, espumante). Quem quiser elaborar seus vinhos com outras uvas, não poderá usar a DOC.

 

Denominazione di Origine Controllada e Garantita (DOCG) – As exigências são maiores e os vinhos são degustados por uma comissão especial antes do seu engarrafamento. Os rejeitados não podem ser vendidos como DOCG.

Atualmente os que têm direito a usá-la são Barolo, Barbaresco, Asti Espumante, Moscato d’Asti, Brunello di Montalcino, Chianti, Taurasi,…

 

 

PRINCIPAIS REGIÕES

PIEMONTE

 

O Piemonte é sem dúvida a terra da Nebbiolo. A uva é responsável por grandes vinhos como é o caso do Barolo e do Barbaresco, ícones da vitivinicultura italiana. Fortes, intensos e de longo envelhecimento.

Já as uvas Dolcetto e Barbera oferecem vinhos mais leves e fáceis de beber, com um frescor característico.

 

 

Altitudes: 250 e 500 m

 

Uvas Tintas: Nebbiolo, Dolcetto, Barbera

Uvas Brancas: Moscato, Cortese, Arneis, Chardonnay, Pinot Bianco, Pinot Grigio

 

O Piemonte tem 35 DOC e 5 DOCG.

 

As principais DOC:

– Dolcetto d’Alba, Dolcetto d’Asti, Langhe, Barbera d’Asti, Barbera d’Alba.

 

As principais DOCG:

 

ASTI, MOSCATO D’ASTI, BARBARESCO, BAROLO

 

 

 

TOSCANA

 

Toscana, a terra do Chianti,

Uma região privilegiada que mostrou através de seus vinhos todo o seu potencial de qualidade. Foi uma das primeiras regiões da Itália a buscar qualificação. Os produtores investiram pesado em tecnologia, seleção de videiras, estilo de elaboração. Isso rapidamente refletiu no conceito e na imagem dos vinhos da Toscana.

A metade do território da Toscana é dedicada à agricultura. Cultivam-se cereais, beterraba, tabaco e oliveiras, castanheiras.

 

CHIANTI

Chianti Classico DOCG

Chianti DOCG

Chianti Colli Fiorentini

Chianti Colli Aretini

Chianti Colli Senesi

Chianti Colline Pisane

Chianti Montalbano

Chianti Rufina

A parte central da região é o coração do cultivo da videira, principalmente a zona do Chianti Clássico. Nos arredores, San Gimignano, Montalcino, Montepulciano, Carmignano, Rufina e Pomino têm mostrado vinhos nobres que são apreciadas em todo o mundo.

 

Principais variedades plantadas:

Tintas: Sangiovese, Brunello di Montalcino, Canaiolo, Cabernet Sauvignon, Merlot

Brancas: Chardonnay, Sauvignon Blanc, Semillon, Malvasia, Trebbiano, Grechetto, Pinot Bianco, Riesling, Traminer.

BRUNELLO DI MONTALCINO

 

O grande destaque da região é o Brunello di Montalcino, vinho considerado entre os melhores do mundo, um DOCG.

Vinho de grande nobreza precisa de longo amadurecimento, antes em tonéis de carvalho e posteriormente em garrafa. Vinho robusto, encorpado, generoso em álcool, boa acidez e harmônico.

 

A DOC Bolgheri, a partir de 94, passou a abrigar o Sassicaia, antes um vinho da tavola, hoje, um excelente vinho tinto, elaborado com a Cabernet Sauvignon pela Tenuta SanGuido.

 

Vernaccia di San Gimignano é um dos poucos vinhos brancos secos DOCG. O Vernaccia tem boa qualidade e grande complexidade.

Entre as DOCs merece destaque o Rosso di Montalcino que utiliza a mesma uva do Brunello do Montalcino, a Sangiovese Grosso. O Rosso di Montalcino é considerado o segundo vinho das vinícolas, pois as melhores uvas são usadas para o Brunello.

 

Vino Nobile de Montepulciano DOCG – elaborado com um clone da uva Sangiovese (Prugnolo) é um vinho de médio corpo, de boa acidez e adstringente quando jovem e sabores picantes. Muito agradável para carnes ensopadas.

 

 

SUPERTOSCANOS

A vinificação de uvas típicas italianas com outras de origem francesa, leva a produção dos vinhos chamados Supertoscanos que já conquistaram o paladar dos apreciadores. Entre os mais conhecidos: Sassicaia, Tignanello, Ornellaia, Flaccianello della Pieve, Fontalloro, Sassoalloro, etc.

 

 

VENETO

 

O Vêneto é a terra da diversidade. Há vinhos tintos ligeiros, tintos de guarda, brancos secos, espumantes e de sobremesa. Nenhuma outra região da Itália produz tanta quantidade de DOC. Valpolicella, Bardolino e Soave são exemplos clássicos.

 

A região é a quarta em quantidade produzida e, é a que mais exporta vinhos.

 

SOAVE: branco italiano mais conhecido do mundo. Feito com uvas Garganega e Trebbiano moderadamente frutado e com aromas discretos.

O Soave Classico tem mais prestígio.

 

Recioto di Soave – vinho doce, de sobremesa, encorpado.

 

VALPOLICELLA DOC: Elaborado com uvas Corvina, Rondinella e Molinara, de médio corpo, agradável e que atinge maturidade com 3 ou 4 anos.

O Valpolicella Classico tem melhor qualidade e pode envelhecer um pouco mais, cerca de 5 anos.

 

Recioto della Valpolicella: feito com as mesmas uvas do Valpolicella. É um tinto doce, de alto teor alcoólico, com muita concentração e sabor.

 

Amarone della Valpolicella DOC: O grande vinho do Vêneto. A palavra Amarone, significa um vinho elaborado com uvas ressecadas. É um vinho super encorpado, com 14 à 16% álcool, forte concentração de sabor lembrando frutas passas.

 

BARDOLINO DOC – elaborado com uvas Corvina, Rondinella e Molinara. Leve, de cor menos acentuada, deve ser tomado mais jovem ainda. Alegre, normalmente bem feito, costuma ser bom. Às vezes, lembra um vinho rosé. Vai bem com risotos. Bardolino comum 10,5% álcool, Superiore – 11,5% álcool e envelhecido pelo menos 15 meses.

 

PIAVE – famosa região que é responsável pela elaboração do Prosecco. A uva Prosecco origina vinhos com aromas de maçãs e amêndoas. Tem sabor delicado e levemente aromatizado, pouco estruturado. As versões mais apreciadas de Prosecco DOC são originárias da zonas de Conegliano e Valdobbiadene elaborados pelo método charmat (fermentação em cubas de inox).

Vinhos feitos com a Prosecco em outros locais trazem somente o nome da uva no rótulo, sem a denominação. Segunda fermentação em grandes cubas fechadas – método charmat.

 

 

 

EMILIA ROMAGNA

Emilia

LAMBRUSCO – tinto frisante tradicionalmente seco mas foi a versão doce que conquistou os mercados externos. O produto exportado está mais para refrigerante do que para um bom vinho.

A maioria dos lambruscos exportados não são DOCs. Alguns exemplos de DOC: Lambrusco Reggiano DOC, Lambrusco de Sorbara DOC.

 

Romagna

Os mais famosos vinhos dessa região são: Sangiovese di Romagna e o Trebbiano di Romagna.

 

 

LÁCIO (Lazio)

 

Na região de Roma, Lácio, é a maior produtora da Itália Central. O Frascati é o vinho mais famoso e popular, é um branco DOC, seco, frutado, leve. Uvas: Malvasia e Trebbiano.

ABRUZZO

Muito próximo do Mar Adriático, essa região destaca-se por 2 vinhos DOC – Montepulciano d’Abruzzo (uva: Montepulciano) e Trebbiano d’Abruzzo (uva: Trebbiano). Vinhos leves, delicados e agradáveis.

 

CAMPÂNIA

Localizada em terreno vulcânico a sudoeste da Itália essa região cultiva uvas típicas como a tinta Aglianico e as brancas Fiano e Greco.

A Campânia tem muita tradição em vinhos tintos, entre eles o destaque é o Taurasi DOCG – elaborado com a uva Aglianico. Os brancos tem menos expressão mas conquistam cada vez mais espaço. É o caso do Fiano di Avellino e o Greco di Tufo.

 

 

Outras Regiões

 

Noroeste: Valle d’Ósta, Lombardia e Ligúria

Nordeste: Trentino Alto Adige, Friuli, Veneza Giulia

Central: Marche, Molise, Ilha da Sardegna

Sul: Puglia, Basilicata, Calábria e Sicilia