Portugal

 

 

 

A partir do século XII existem já muitas referências à cultura da vinha cujo incremento partiu da iniciativa das corporações religiosas e da Coroa Portuguesa.

Após o século XIII, o vinho entrou definitivamente nos hábitos das populações e se tornou uma importante e indispensável fonte de rendimento.

Embora a sua exportação fosse muito limitada, a história conta que terão sido os “Vinhos Verdes” os primeiros vinhos portugueses conhecidos nos mercados europeus. Logo após teriam sido os vinhos da região do Douro, em especial o vinho do Porto.

Portugal é o quarto país em consumo de vinhos: 47,9 litros/por pessoa/ano. Fonte: OIV 2008.

 

 

DEMARCAÇÕES

 

Compreende-se como região demarcada uma área de terra que produzem vinhos com características específicas, obtidos de uvas provenientes de castas colhidas na área delimitada, cuja transformação em vinho também é realizada no interior da região.

Designação de origem – os vinhos DOC – são de reconhecida qualidade, autênticos com selos de garantia fornecidos por organismos de fiscalização e controle da tipicidade desses vinhos: Verdes, Douro, Porto, Dão, Bairrada, Colares, Carcavelos, Setúbal, Lagos, Bucelas, Lagoa, Tavira e Madeira.

A nomenclatura portuguesa “Região Demarcada” corresponde à VQPRD (Vinho de qualidade produzido em região demarcada).

Os vinhos Reserva são envelhecidos por tempo determinado em adegas, tem o teor alcoólico aumentado em 0,5%. Os vinhos “Garrafeiros” são envelhecidos por 2 anos em barricas e mais 1 ano na garrafa, antes de sua comercialização.

 

VINHO VERDE

 

A região do Vinho Verde é situada na parte mais ao norte de Portugal, berço do povo português.

A região é conhecida pela produção de vinhos brancos, chamados genericamente de Vinhos Verdes, em referência à fase prematura que as uvas são colhidas. Estes são caracterizados por suas cores amarelo palha e verdeal, pelo seu frescor, aromas frutados e complexos. Os mais cobiçados são elaborados com 100% uva Albarinho. Outros vinhos brancos apresentam as uvas: Loureiro, Treixadura, Arinto e Avesso.

Nos tintos, menos importantes, encontramos as uvas Vinhão ou Espadeiro.

DOURO

Com 30.700 hectares de vinha, é a segunda região de Portugal em termos de vinha, respondendo por quase 20% da produção portuguesa.

O Douro foi delimitado e regulamentado oficialmente em 1756, tornando-se a primeira região Demarcada do mundo, onde crescem as melhores uvas para a elaboração de seus melhores vinhos. As principais variedades cultivadas no Douro são: Touriga Nacional e Touriga Francesa, Tinta Roriz (a famosa Tempranillo espanhola), Tinta Barroca e Tinta Cão.

No século XVII os comerciantes britânicos descobriram os grandes vinhos do Douro. Porém, os vinhos do Douro não suportavam bem as viagens. Para não desperdiçar a grande ocasião comercial, os produtores e os comerciantes decidiram acrescentar álcool vínico aos vinhos durante a fermentação, de modo que estes não se deteriorassem no trajeto. Foi quando perceberam que esta prática não somente preservara, mas conferia ao vinho qualidades excelentes melhorando-o significativamente e permitindo a realização de um vinho único no mundo.

O envelhecimento lento, dava como resultado vinhos complexos e com bouquet dificilmente igualáveis. São aqueles que conhecemos hoje como Vinho do Porto

Os vinhos base em qualquer gama de vinhos do Porto têm sua origem em nomes ingleses referentes a cores: White (branco), Ruby (cor rubi/tinta) e Tawny (alourado).

Porto Branco – 2 anos de amadurecimento em barricas

Ruby – de 2 à 4 anos (assemblages de vários vinhos e safras)

LBV (Late Bottled Vintage) – 4 à 5 anos (vinhos de uma única safra)

Tawny – 4 à 8 anos (assemblage de vários vinhos e safras)

Tawny Reserva 10 Anos, 20 Anos, 30 Anos, 40 Anos – tempo médio de amadurecimento dos vinhos que participam do assemblage

Vintage – 2 anos de amadurecimento em barricas. Vinhos de uma safra única. Somente elaborados em grandes safras.

 

Vinhos de Mesa do Douro

Até 1950, a região do Douro produzia essencialmente vinhos do Porto. Nas últimas décadas, a região passou a viver uma nova era. Atualmente as uvas são disputadas a preços elevados para também produzirem os vinhos tintos do Douro.

DÃO

O Dão é o mais conhecido entre os tintos de mesa DOC. No Brasil, a boa relação qualidade/preço torna-o atraente.

As uvas mais cultivadas são Touriga Nacional, Alfrocheiro Preto, Bastardo, Jaen. Tinta Pinheira e Tinta Roriz, Alvarelhão, Tinto Cão e Tinta Amarela.

A variedade branca Encruzado é a dominante do Dão, geralmente misturada com outras como o Assario branco ou Borrado das Moscas.

Os tintos do Dão são vinhos secos, concentrados, tânicos, complexos e com bom potencial para envelhecimento. Quanto aos brancos: vivos, florais e muito aromáticos (representam menos que 1/3 da produção total).

 

 

BAIRRADA

Uvas Baga, Bastardo, Camarate e Jaen. São caracterizados pela sua cor intensa, seu caráter tânico e aromas frutados e marcantes.

As variedades Arinto e Bical são as preferidas para os vinhos brancos, que apresentam tons dourados, secos e aromas florais intensos.

A Barrada também se destaca pela elaboração de espumantes (os mais famosos de Portugal). A maioria é do tipo Bruto (Brut) e é caracterizado pelos seus aromas florais e pode ser elaborado tanto com uvas brancas quanto com tintas.

 

 

RIBATEJO

 

As variedades nativas para vinhos brancos são: Arinto, Fernão Pires e Tália (Ugni Blanc). Para vinhos tintos: Baga, Camarate, Trincadeira e Castelão Francês. Uma uva recentemente introduzida e que apresenta excelentes resultados é a Cabernet Sauvignon.

ALENTEJO

 

Portugal foi conquistado do Norte para o Sul. Quando os conquistadores ultrapassaram o maior rio português, o Tejo, disseram “Além do Tejo” e assim se originou a palavra Alentejo. A região é formada por grandes planícies.

No Alentejo predominam pequenos vinhateiros, embora também hajam grandes produtores.

O Alentejo é composto de 8 sub-regiões: Portoalegre, Borba, Redondo, Reguengos, Vidigueira, Évora, Granja-Amareleja e Moura. A maioria delas é conhecida por seus vinhos tintos, que podemos descrever como vinhos encorpados e complexos, com notas de frutos maduros quando jovens, mas complexos e elegantes quando envelhecidos.

Uvas tintas: Aragonês (Tinta Roriz ou Tempranillo), Trincadeira (Tinta Amarela), Periquita (Castelão francês) e Alfrocheiro Preto.

Uvas brancas: Roupeiro, a melhor do Alentejo.

O Alentejo é o maior produtor mundial de sobreiro, árvore que origina a rolha. O sobreiro, a árvore que produz a cortiça une tradição e tempo. Assim, no Alentejo: tudo se faz sem pressa. Essa é uma das grandes virtudes quando se trata de produzir bons vinhos!

 

 

SETÚBAL

Setúbal é caracterizada pela elaboração de vinhos doces naturais com as uvas Moscatel Romano ou Alexandria (brancos) e Moscatel Roxo (tintos).

Outras uvas também são cultivadas na região como: Tamarez, Arinto, João Pires, Malvasia.

 

 

MADEIRA

 

Ilha de origem vulcânica, descoberta no século XV por um capitão português, que em sua rota de reconhecimento pela costa africana desviou-se chegando à ilha. Chegando lá, se deparou com um território desabitado com vegetação abundante.

As montanhas cercam a ilha e atingem até dois mil metros de altitude. As vinhas originárias de Madeira foram levadas pelos marinheiros portugueses em suas viagens nas novas colônias.

Os vinhos Madeira mais importantes são:

Sercial – vinho seco fortificado após a sua fermentação.

Verdelho – ligeiramente menos seco e fortificado.

Terrantez – ligeiramente doce e fortificado após a fermentação.

Boal (Bual) – vinho semi doce, fortificado durante a fermentação, como no caso do vinho do Porto.

Malmsey (Malvasia) – vinho doce ao estilo do Porto

 

ESTREMADURA

 

O nome Estremadura é uma referência à linha de extremas da reconquista do território cristão aos mouros. Mais tarde, a idéia de área substituiu a idéia de linha, assumindo a região litoral. É uma região relativamente nova onde se produzem vinhos frutados e fáceis de degustar.