Os países da Europa têm maior tradição na produção de vinho. De lá que foram importadas as principais categorias de uvas para outras nações. Além das frutas, a forma de cultivo e vinificação praticadas no chamado “Novo Mundo” também foram trazidas dos países chamados de “Velho Mundo”.
Por serem precursores, os europeus sempre tiveram a fama de produzir os melhores vinhos. Porém, com a adaptação da produção em países da América do Sul e África, por exemplo, alguns rótulos do Novo Mundo acabam se sobressaindo.
Isso porque certas espécies de uvas se adaptaram melhor ao solo e clima das outras nações. Além disso, para concorrer com os vinhos tradicionais, os vinicultores do Novo Mundo precisaram desenvolver técnicas de produção que resultaram em rótulos com alta qualidade.
As uvas de origem francesa Malbec, Tannat e Carménère, por exemplo, ganharam mais notoriedade depois de cultivadas na Argentina, Uruguai e Chile, respectivamente.
Nova chance
Algumas destas uvas foram importadas para o Novo Mundo a fim de expandir o cultivo, enquanto outras, viram na mudança de território uma forma de sobreviver a pragas.
A história da uva Carménère no Chile é um exemplo. Natural da região de Bordeaux, a espécie sofreu com uma praga em toda a Europa, tendo apenas as videiras do Novo Mundo resistido ao inseto.
Por ter sido introduzida no Chile junto com a uva Merlot, por muitos anos se confundiu as duas espécies e achava-se que a Merlot se desenvolvia tardiamente no país. Apenas em 1994 foi descoberto que o “Merlot tardio” chileno era, na verdade, as sobreviventes Carménère.
Desde então, o rótulo chileno da bebida se destaca como um dos melhores do mundo.
Do velho para o novo mundo
Há quem diga que os vinhos do Novo Mundo apresentam maior personalidade por conta da inovação no cultivo, mas a verdade é que nos últimos anos, por conta dos clones das uvas, métodos de cultivo e entendimento de qual tipo de solo e clima são melhores para cada espécie de uva, os vinhos das duas regiões se aproximam muito em termos de qualidade e sabor.
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