A Espanha é o país com maior área de plantação de uvas para fabricação de vinho do mundo e o terceiro maior produtor da bebida. A qualidade do vinho espanhol é determinada por regras rígidas que levam em consideração o local onde este é plantado e produzido, além do seu tempo de guarda.
A cultura vinícola por lá é antiga. Há registros que os fenícios, em 1.100 A.C. encontraram as uvas da região e começaram a cultivar os primeiros vinhedos e a criar as primeiras vinícolas.
O terroir diverso do país contribui para a pluralidade de sabores, aromas e tipos de vinho. Por ser uma cultura tradicional, a vinicultura espanhola segue regras rígidas de classificação das bebidas, as posicionando em categorias específicas de acordo com a região em que são produzidas, tempo de guarda, entre outros.
Conheça mais sobre a produção de vinho na Espanha.
Classificação dos vinhos
Todos os vinhos provenientes da Espanha passam por um tempo de guarda, mesmo que seja de poucos meses. Esse é o fator que diferencia e classifica as bebidas. Os vinhos espanhóis, portanto, podem ser :
Jovens: também chamados de “Vino del Año”, são os que devem ser consumidos no mesmo ano da colheita da safra. Geralmente apresentam um sabor frutado, fresco e leve.
Crianza: a maturação desses vinhos deve ser de pelo menos dois anos, sendo que, no mínimo, seis meses deve ser feita a guarda em barris de carvalho. O sabor desses vinhos é marcante, com toques de cereja e baunilha.
Reserva: estes devem passar por pelo menos três anos de guarda, sendo que um deles deve ser feito em barris de carvalho. Geralmente as melhores safras são reservadas para este tipo de vinho, que é intenso, macio e tem toques de terra e folhas secas.
Gran Reserva: essa é a classificação mais rígida de todas e é destinada às safras excepcionais. O envelhecimento do vinho é de cinco anos, sendo que 18 meses devem ser em barris de carvalho.
Regiões produtoras
A tradição vinícola é tão grande que o país conta com 62 regiões produtoras registradas que se espalham por todo o território.
As seis macro-regiões que abrigam os principais produtores são:
- Noroeste
Esta é uma região com clima mais fresco e úmido, por conta da influência do Atlântico. Isso dá condições ideais para o desenvolvimento dos melhores vinhos brancos espanhóis.
O Noroeste abriga as famosas sub-regiões de Rías Baixas e Bierzo, as duas com denominação de origem. A primeira acompanha o clima geral, com umidade elevada. O que favorece o desenvolvimento da sua principal uva, a Albariño, que dá origem a um vinho branco refrescante, ácido, vibrante e famoso no país
Já a segunda, Bierzo, tem o relevo montanhoso e clima moderado. Por lá, as tintas se sobressaem, principalmente a Mencía. Ela dá origem a vinhos ácidos, aveludados, elegantes e com aroma de frutas vermelhas.
- Castilla la Mancha
Esta é uma das maiores áreas vinícolas espanholas. O terroir que contribui para a qualidade das uvas cultivadas na região é caracterizado por um clima seco que apresenta altas temperaturas no verão e baixas no inverno.
A região é a maior denominação de origem do mundo, com 9 D.Os que abrigam mais de 25 tipos de uvas, sendo a maior parte branca.
Todas essas características e o alto investimento tecnológico da região são propícios para o desenvolvimento de vinhos renomados, como os da uva Tempranillo.
- Catalunha
Localizada no nordeste da Espanha, a região tem grande influência francesa na produção de vinho. O terroir é caracterizado por um clima quente com chuvas moderadas. A produção de vinhos tintos como Tempranillo, Monastrell e Garnacha é bastante relevante na região, mas o destaque fica para o espumante Charmat, produzido com a uva cava.
Porém a Catalunha entrou na história por conta dos famosos espumantes Cava — aqueles com a segunda fermentação na garrafa. Mais de 80% das bebidas deste tipo são produzidas na região, que abriga 9 denominações de origem.
- Alto Ebro
A região abriga as denominações de origem de Rioja, entre outras. Com um clima estável, protegido naturalmente de temperaturas extremas, ventos e chuvas fortes, a região produz, principalmente, a uva Tempranillo e Garnacha. Por lá foi feita a primeira associação da categoria: o Conselho Real de Colhedores. Mais organizados, os trabalhadores conseguiram elevar a qualidade do vinho produzido e potencializar a forma de venda deles.
Ela é subdividida em outras três:
Rioja oriental- com maior amplitude térmica entre estações, solos arenosos e pouca chuva, ela dá origem a vinhos com baixa acidez, maior teor alcoólico e boa guarda.
Rioja alta – com altitude elevada, a região fica na margem direita do rio Ebro e dá origem a vinhos mais leves.
Rioja Alavesa – com temperaturas moderadas e solo arenoso, a região origina vinhos encorpados, ácidos e elegantes.
5- Vale do Duero
O Rio Duero é o mesmo que vira o Rio Douro em Portugal. A região espanhola acompanha o rio e é formada por outras sub-regiões. A Ribera del Duero é isolada por montanhas, o que faz com que o clima seja perfeito para o cultivo de Tempranillo.
Outra sub-região é a de Toro, que tem um solo argiloso e altitude elevada. Por lá, o Tempranillo também é rei, mas nesse caso mais encorpado e com alta capacidade de guarda.
Entre as duas, encontra-se Rueda, que se destaca pela produção de vinhos brancos, feitos a partir da uva verdejo.
6- Levante
A região está localizada na costa do mediterrâneo. Ela possui solo calcário e um clima típico da região: grande amplitude térmica entre estações e chuva em abundância.
Isso favorece a produção de uvas tintas e brancas, como a syrah, merlot, garnacha, tempranillo, entre outras.
Principais uvas espanholas
Como é possível perceber, a uva depende muito da região em que é produzida. Mas além destas específicas que elencamos, as principais uvas tintas originais da região são Tempranillo, Cariñena, Monastrell, Graciano, Mazuelo e Mencía.
Já entre as brancas o destaque vai para a Verdejo, Albariño, Xarel-lo e Viura. Já as uvas internacionais que ganham mais destaque no país são a Merlot, Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Sauvignon Blanc.
O destaque, porém, entre as espanholas, fica para uvas Tempranillo. Cerca de 95% do vinho produzido com esta casta é feito na Espanha. Eles se caracterizam por terem taninos moderados e notas de frutas vermelhas, chocolate e tabaco.
Experimente vinhos espanhóis
Agora que você já conhece as características dos vinhos espanhóis, que tal experimentar? O Cava Espanhola Horus Brut é uma boa opção para brancos e o Vinã Brava Torres Tempranillo para os tintos.
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